CUIDA Chagas apoiou 70 ações locais de educação em saúde no marco do Dia Mundial da doença de Chagas

03/05/2023

CUIDA Chagas apoiou 70 ações locais de educação em saúde no marco do Dia Mundial da doença de Chagas

03/05/2023

A partir de 2020, o calendário internacional da saúde estabelece que todo 14 de abril é o Dia Mundial da doença de Chagas. Este ano, a campanha internacional buscou reforçar o papel da Atenção Primária à Saúde (APS) na vigilância, prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidado das pessoas acometidas. Com o objetivo de levar a campanha internacional ao nível dos territórios, o projeto CUIDA Chagas contribuiu na realização de ações de educação e informação sobre a doença de Chagas nos municípios de Rosário do Sul (RS), Janaúba (MG), Riachão da Neves (BA), Paraúna (GO) e Igarapé-Miri (PA), locais onde o projeto vem sendo implementado.

 

A apresentação do CUIDA Chagas ficou a cargo de Andréa Silvestre, Investigadora Principal do projeto, que ressaltou a importância de todas as iniciativas promovidas pelo Ministério da Saúde, e destacou a necessidade de se abordar a transmissão vertical da doença de Chagas neste projeto, que conta ainda com o financiamento internacional de UNITAID. Enfatizou que:

“as ações promovidas pelas Secretarias Municipais de Saúde e Educação, em parceria com o projeto, permitiram conscientizar a população sobre os sintomas, diagnóstico e tratamento da doença de Chagas, além de falar sobre os cuidados sobre o manuseio de alimentos, entre os quais o açaí, uma importante fonte de renda para toda nossa região.”

Vidalia Lesmo, CUIDA Chagas

A pesquisadora explicou que o projeto CUIDA Chagas visa contribuir para a eliminação da transmissão vertical através de uma abordagem que associa uma pesquisa de implementação e três pesquisas de inovação, envolvendo mais de 32 municípios de quatro países da América Latina: Brasil, Bolívia, Colômbia e Paraguai.

“Esperamos que até o fim do projeto consigamos aumentar a demanda por diagnóstico, tratamento e cuidado integral para a doença de Chagas”, declarou Andréa Silvestre, esclarecendo que, até 2025, o projeto tem previsão de testar mais de 230 mil pessoas e tratar mais 9.500, priorizando mulheres em idade fértil, seus filhos e contatos domiciliares.”

Andréa Silvestre, CUIDA Chagas

CUIDA Chagas foi parabenizado por Pedro Albajar, Coordenador do Programa Global de doença de Chagas da Organização Mundial da Saúde (OMS), que encorajou a validação dos resultados e estimulou a pensar grande. “Esse é um projeto que quer transformar. Devemos pensar não só transformar durante sua atuação, colocando algumas evidências acima da mesa, mas também transformar de forma sustentável a realidade que hoje tão duramente enfrentamos. Essa interrupção da transmissão vertical que virá da cobertura de diagnóstico, tratamento de crianças, meninas e mulheres em idade fértil, e de uma triagem universal, é um sonho grande, mas a gente sonha muito grande” destacou Albajar, dizendo sentir muita felicidade de iniciar um projeto que pretende transformar tanto e de forma sustentável.

Na sequência da mesa, o projeto IntegraChagas foi representado por Eliana Amorim, pesquisadora de Monitoramento e Avaliação, que destacou o momento ímpar que vive a pesquisa para a doença de Chagas no Brasil devido às iniciativas promovidas e/ou financiadas pelo Ministério da Saúde. Amorim afirmou que:

“Estamos muito esperançosos, pois nunca na história tivemos a oportunidade de começar o ano com dois projetos destas dimensões e natureza para a doença de Chagas.”

Eliana Amorim, CUIDA Chagas

A abordagem do projeto IntegraChagas, segundo a pesquisadora, “tem como prioridade integrar as ações da vigilância em saúde e da atenção básica para a doença de Chagas”. Amorim considera que a dificuldade desta integração cria algumas das barreiras do acesso à saúde da população com doença de Chagas, o que reforça a realidade de negligência, reconhecendo-se que menos de 10% dos casos de Chagas são diagnosticados e menos de 1% dos casos são tratados.

A abordagem do projeto IntegraChagas, segundo a pesquisadora, “tem como prioridade integrar as ações da vigilância em saúde e da atenção básica para a doença de Chagas”. Amorim considera que a dificuldade desta integração cria algumas das barreiras do acesso à saúde da população com doença de Chagas, o que reforça a realidade de negligência, reconhecendo-se que menos de 10% dos casos de Chagas são diagnosticados e menos de 1% dos casos são tratados.

A mesa foi finalizada por Ângela Cristina Verissimo, coordenadora do IntegraChagas na Amazônia – Estudo Piloto, projeto também apoiado pelo Ministério de Saúde e financiado pela Fiocruz, o qual acontece no município de Abaetetuba, Pará. O projeto busca se estabelecer como uma referência para a implementação de ações integradas para a doença de Chagas na região Amazônica, lugar onde ocorre o maior número de notificações de casos agudos da doença de Chagas, geralmente a partir da transmissão oral, e abrange uma realidade geográfica muito específica.

Redação: Javier Abi-Saab