A pesquisa de implementação do projeto CUIDA Chagas deu início ao seu programa de educação permanente durante a terceira semana de abril de 2023 na cidade do Rio de Janeiro, onde se realizaram as capacitações de 35 supermultiplicadores dos municípios de Rosário do Sul (RS), Janaúba (MG), Paraúna (GO), Riachão das Neves (BA) e Igarapé-Miri (PA). Os profissionais capacitados foram médicos(as), enfermeiros(as), agentes comunitários de saúde (ACS), gestores e as equipes de campo do projeto. Nos próximos meses, cada equipe local de supermultiplicadores irá replicar os conhecimentos adquiridos para outros profissionais de cada município. 

As capacitações foram ministradas por reconhecidos especialistas vinculados ao projeto, entre eles Andréa Silvestre e Fernanda Sardinha, pesquisadoras do projeto e servidoras do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); Eliana Amorim, gerente do estudo de implementação e professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA); e Alejandro Luquetti, coordenador do estudo de validação no Brasil e professor emérito da Universidade Federal de Goiás (UFG). Pessoas acometidas pela doença de Chagas que são atendidas no INI Fiocruz, José Osmar, Nancy Domingas e Luciano Lima da Silva, também estiveram presentes auxiliando nas dinâmicas das aulas e ensinando, a partir de suas experiências de superação e convívio com a doença.

Tal como indicou Fernanda Sardinha, as capacitações de supermultiplicadores superaram as expectativas, na medida que:

O programa de educação permanente de CUIDA Chagas inclui etapas de formação presencial por meio de uma metodologia de formação de formadores, complementada por cursos remotos oferecidos em parceria com o Campus Virtual Fiocruz. Os módulos temáticos envolvem conteúdos teórico-metodológicos e técnicos sobre integração das ações de cuidado e vigilância, testes rápidos e aconselhamento e cuidado integral para as pessoas acometidas. Esses conteúdos estão orientados de forma específica a diversos profissionais da atenção primária à saúde: médicos(as), enfermeiros(as), técnicos(as) de enfermagem, agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de combate a endemias (ACE). 

Conforme menciona Andréa Silvestre, pesquisadora principal do projeto CUIDA Chagas, o programa de educação permanente desenvolvido é uma iniciativa singular, dado que

As ações de educação permanente fazem parte das estratégias do estudo de implementação do projeto CUIDA Chagas que atua junto as Secretarias de Saúde municipais e estaduais, profissionais de saúde e comunidades para melhorar o acesso a diagnóstico, tratamento e cuidado das pessoas acometidas pela doença de Chagas e otimizar as ações de prevenção e vigilância da doença. 

A pesquisa de implementação do CUIDA Chagas acontece em mais de 30 municípios de 4 países da América Latina: Bolívia, Brasil, Colômbia e Paraguai. No Brasil, contempla as cinco macrorregiões e está sendo implementada nos municípios dos profissionais que participaram das capacitações. A partir dos resultados desse estudo pretende-se desenvolver modelos de atenção a serem replicados em outros territórios, com contextos epidemiológicos distintos. Para além do programa de educação permanente, o estudo de implementação do projeto CUIDA Chagas promove ações de mobilização comunitária e promoção em saúde nos territórios, busca fortalecer uma comunicação assertiva e cientificamente embasada sobre doença de Chagas, e contribui na estruturação de fluxos e protocolos que fortaleçam o cuidado na Atenção Primária.  

Redação: Valentina Carranza